Todos os
concurseiros que realmente estudam e almejam aprovação querem saber. QUAL A NOTA DE CORTE PARA O MEU CONCURSO? OBS:
a pesquisa para esse artigo tem como foco, somente as provas do modelo CERTO OU
ERRADO.
PONTOS A CONSIDERAR ( TRECHO RETIRADO DO BLOGGER FERNANDO MESQUITA).
Considere provas
que acontecem de forma mais ou menos regular: Receita Federal, Diplomacia, etc.
O nível delas muda radicalmente de um ano para outro? Dificilmente. É claro que
tendemos a considerar a dificuldade pela dificuldade que nós sentimos. Para as pessoas
que responderam à enquete sobre a dificuldade, àqueles que disseram que fizeram
a prova eu perguntei “O que você achou da prova”, não “qual foi o nível de
dificuldade da prova“. Embora duvide que o resultado seria muito diferente, há
diferenças importantes entre essas duas perguntas.
O nível de
dificuldade da prova provavelmente não estava maior do que o das provas
anteriores (2010, 2008, etc.). Era uma prova diferente, realizada por bancas
diferentes, com um número diferente de vagas. Portanto, é muito difícil afirmar
categoricamente qualquer coisa.
Mas é fato que
ao longo do tempo, sua aprovação depende muito mais do seu nível de
conhecimento do que da dificuldade da prova.
ANÁLISE DAS NOTAS DE CORTE.
Você vai
utilizar esses parâmetros para sua prova, lógico, existem variantes que são
incontroláveis, por exemplo: o candidato não tem como saber o nível da prova,
pois quanto mais fácil, maiores são as notas, outro fator é se concurso possui
abrangência nacional, mas ainda assim varia muito por região.
Na última prova
para Policial Rodoviário Federal, realizada pelo Cespe em 2013, prova valia 120
pontos (como muitas provas da banca). Milhares de pessoas se inscreveram, como
era de se esperar, principalmente porque haviam 1.000 vagas anunciadas (a
quantidade de vagas é um dos fatores que, isoladamente, mais influenciam a
quantidade de inscritos em qualquer concurso. A relação é diretamente
proporcional, ou seja, quanto mais vagas, mais inscritos).
No resultado
preliminar, foram aprovados 5.017 candidatos, distribuídos conforme o gráfico
abaixo. Dê-se um minuto para analisá-lo, porque ele reflete a esmagadora
maioria das provas realizadas por QUALQUER banca do país em tempos recentes.
A linha azul
indica a pontuação (então, 63 indica 63 pontos realizados, de um total de 120).
A linha vermelha, por sua vez, indica a quantidade de candidatos que atingiram
aquela nota. Então, nos 63 pontos nós temos 483 candidatos. 465 fizeram 64
pontos e um candidato fez 98 pontos, a maior nota da prova.
Analise o
gráfico com calma e tire algumas conclusões dele.

Se você tira 63
pontos da prova do DPRF, tem outras 483 pessoas para te acompanhar. Mas isso já
é estar no topo, porque se você tirou menos que isso está junto de outras cento
e quatro mil pessoas, que não chegaram nem a essa pontuação. Então, ufa, já
estamos melhores.
Perceba que
a descida é bastante íngreme e, quanto mellhor você vai, menos gente tem para
compartilhar. Se em vez de tirar 63 pontos você tivesse tirado 10% a mais, ou
aproximadamente 70 pontos, teria que compartilhar sua posição com 306 pessoas
(e ainda estaria atrás de mais de 2.000 que tiraram notas melhores que a sua).
OUTROS CERTAMES.
Ano
|
Órgão
|
Cargo
|
Vagas
|
1º
|
2º
|
10º
|
20º
|
2013
|
ANS
|
Analista
Administrativo
|
27
|
87
(72,5%)
|
87
(72,5%)
|
80
(66,66%)
|
78
(65%)
|
2013
|
DEPEN
|
Agente
Penitenciário
|
95
|
102
(85%)
|
100
(83,33%)
|
93
(77,50%)
|
92
(76,66%)
|
2013
|
IBAMA
|
Analista
Administrativo
|
25 (DF)
|
80
(66,66%)
|
79
(65,83%)
|
74
(61,66%)
|
70
(58,33%)
|
2012
|
MP
|
Analista
de Infraestrutura V
|
32
|
91
(60,66%)
|
90
(60,00%)
|
84
(56,00%)
|
79
(52,66%)
|
2013
|
TJDFT
|
Técnico
Judiciário – administrativo
|
82
|
96
(80,00%)
|
96
(80,00%)
|
91
(75,83%)
|
90
(75,00%)
|
2013
|
TJDFT
|
Analista
Judiciário – Área Judiciária
|
14
|
87
(72,50%)
|
84
(70,00%)
|
82
(68,33%)
|
80
(66,66%)
|
2012
|
TCU
|
Técnico
Federal de Controle Externo
|
22
|
128
(85,33%)
|
123
(82,00%)
|
114
(76,00%)
|
111
(74,00%)
|
2012
|
Anatel
|
Técnico
Administrativo
|
39
|
102
(85,00%)
|
98
(81,66%)
|
93
(77,50%)
|
90
(75,00%)
|
2013
|
DPRF
|
Policial
|
1000
|
98
(81,66%)
|
96
(80,00%)
|
91
(75,83%)
|
90
(75,00%)
|
PRECISO SABER TODAS AS MATÉRIAS PARA PASSAR?
Para começar,
dificilmente a nota de corte seria superior a 80% (e de fato foi próximo disso,
considerando as duas fases). Até aqui, você poderia perguntar: então preciso
saber 80% da matéria (ou saber responder corretamente 80% das questões)? É
bastante coisa!
Não. Você pode
saber menos. Basta relembrarmos alguns conceitos básicos de probabilidade. Para
simplificar, imagine que a prova tem 100 questões, todas com o mesmo peso.
Lembrando que a prova é de múltipla escolha, com 5 alternativas por questão (porém
somente 1 correta), existem diversas formas de se acertar 80 delas. Vamos
imaginar algumas?
Caso 1.
Responder, com certeza, 75 questões. Marcar aleatoriamente (vulgarmente,
chutar) as 25 restantes.
Qual é a
probabilidade de acertar uma questão “no chute”, isto é, marcando uma resposta
aleatoriamente? Se apenas 1 alternativa é correta dentre 5, a chance de marcar
a correta é de 1/5, ou 20%. Chutando 25 questões, é esperado que você acerte 5
(20% de 25). Dessa forma, você tem grande chance de chegar nos 80% de
aproveitamento. Entretanto, esse cenário é muito dramático. Vamos elaborar mais
um pouco no caso 2, tentando chegar em algo mais realista.
Caso 2.
Responder, com certeza, 70 questões (já ficou mais fácil!). Nas outras 30
questões, apesar de você não saber responder com certeza, pode ser que você
fique entre 2 alternativas em 15 e não tenha nem idéia quanto as outras 15.
Qual a chance de
acertar uma questão quando você elimina as demais alternativas e fica somente
entre 2 delas? Ora, temos 1 alternativa certa entre 2 no total, logo a chance é
de ½, ou 50%. Assim, das 15 questões, você deve acertar cerca de 7,5.
E, quanto às
demais 15 questões sobre as quais você não fazia idéia do assunto, a sua chance
de acertar no chute é de 20%, como vimos acima, ou seja, cerca de 3 questões.
Somando: 70 +
7,5 + 3 = 80,5. Mesmo sabendo com certeza “apenas” 70 questões, você tem grande
chance de chegar nos 80% de aproveitamento.
Caso 3.
Responder, com certeza, 60 questões (agora sim!!). Ficar entre 2 alternativas
em 30 questões entre 3 alternativas nas outras 10.
Fazendo a conta
rapidamente, a sua nota deve ser por volta de 60 + 50%*30 + 33,3%*10 = 78,3.
Está quase nos 80, mesmo sabendo apenas 60 questões. Isso sem contar com as
anulações, que sempre ocorrem…
É óbvio que eu
não fui aprovado devido a essas continhas, mas sim pelo meu estudo daquele
período. Entretanto, elas serviram para 2 coisas fundamentais. Primeiro para me
ESTIMULAR a estudar, uma vez que eu via que realmente era possível passar,
ainda que intuitivamente parecesse o contrário. Segundo, e mais importante:
para ORIENTAR os meus estudos. Como assim? Ora, se eu sabia que era possível
passar mesmo no caso 3 (marcar com certeza apenas 60% das questões), isso
significava que eu poderia estudar bem rapidamente/superficialmente alguns
tópicos do edital que eram muito extensos ou complexos. Em outras palavras, eu
estava assumindo o risco de errar uma eventual questão daquela matéria. Até
porque eu sabia que, na pior das hipóteses, eu teria 20% de chance de acertá-la
(no chute), e, se conseguisse eliminar algumas alternativas, poderia ter até
50% de chance de acertá-la (se ficasse entre 2 alternativas).
Porém, eu estava
otimizando meu tempo, utilizando-o para estudar várias outras matérias de mais
fácil assimilação e que poderiam garantir aqueles 60 acertos que mencionei no
caso 3!